quarta-feira, 9 de abril de 2014

Seqüência 2.3 – Enterra logo!



         O cemitério ficava no alto. Numa cidade cercada por pastos secos, era a última e mais próxima morada do céu em toda a região. Tão alto que o carro de Francisquim, uma Fiat Uno, não conseguiu subir e morreu no meio do caminho. Puxado o freio de mão, os dois ficaram, a menos de quinhentos metros do enterro do tio de Pernalonga, que olhando para o amigo, perguntou rindo: “Você acha melhor empurrar?”
            Entre risadas, Chiquim soltou o freio de mão, e devagar virou o carro, deixando-o agora na ladeira.
            - Então, você vai lá em cima e eu te espero aqui.
            Pernalonga olhou para trás, através do vidro da Fiatizinha, vendo algum movimento no topo do morro, onde seu tio Joaquim era encerrado numa gaveta.
            - Você pode me levar pra casa?
            - Ah. Claro, cara. Só reza pro carro pegar. – Falou Chiquim, soltando o freio, botando o carro pra pegar na vula da descida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário