sexta-feira, 4 de julho de 2014

Seqüência 18 – Romessuiterrome



            Pernalonga já tava de saco cheio de aguentar Jorge Tadeu e o bando de malucos usuais chegando a qualquer hora em sua casa, enchendo o saco atrás de maconha. Agora, trabalhando o dia inteiro virando massa, ele queria mais era chegar em casa e ter alguma paz. E, por isso mesmo, ficou puto como nunca quando vira Lagarto sentado no pé da goiabeira, fumando um baseadão cheiroso.
            - Me dá um tapa desse negócio ai, viado. – Pernalonga sentou do lado do amigo e deixou que ele contasse a história.
            - Hosana acreditava muito em você, cara. Ele acha que você é o caminho ideal pros planos dele, mas pra isso você tem que entrar pra igreja, né? Pode continuar vendendo maconha, mas tem que ser a nossa, pro nosso pessoal. A Santa Maria é boa demais pra qualquer um, cara. Esses pés de cana daqui não sabem de nada.
           
       PERNALONGA
Fala logo o que você quer.

       LAGARTO
Hosana não quer concorrência. Tem uns moleques ai passando um bagulho bom, mas não tão bom. E estão cheirando toda a grana que recebem, chamando atenção.

       PERNALONGA
E eu com isso? Chama o Chiquin, porra.

       LAGARTO
Hosana disse que a fé dele não é forte como a tua. Você é quem pode fazer milagres, Pernalonga.

E essa agora, além de pagar as contas, de repente, Pernalonga também tinha que aprender a fazer milagres.

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